quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Agora estamos as Terças-Feiras...

Artigo publicado no Jornal O Diário de 09.12.2008

Após algumas semanas de férias, reiniciamos com nossa coluna completando seu terceiro ano consecutivo nas páginas de O Dário. A bem dizer começamos aos domingos, depois passamos para os sábados, freqüentamos as páginas das quintas feiras e agora posamos em dias de terças-feiras, ocupando o espaço antes reservado ao nosso poeta maior, médico das letras e hoje viajante das estrelas Antonio Roberto Fernandes. Confesso que o amigo partiu cedo demais, deixando órfão um grande número de afilhados das letras, trovas e versos.
Sei também que não poderei e nem me arriscarei a ocupar seu lugar (este sem dúvida insubstituível), pois com Antonio Roberto a frase ninguém é insubstituível perde o efeito. Mas, sem perder a ternura, continuarei a trilhar meu caminho de um jornalista licenciado a não usar as regrinhas da pirâmide invertida, do texto enquadrado, próprio das redações, e assim poder travar com mais liberdade um diálogo com meus leitores.
E por falar em leitores temos sempre a impressão que poucos lêem nossos ensaios, acreditando que esse grupo se resume a nossa mãe e poucos loucos-amigos, mas a verdade é que o tempo vai passando e vamos ganhando a credibilidade e a atenção de um número cada vez maior de pessoas.
A missão principal do jornalista (causa constante de crises de identidade) é de ser o mediador, mais do que informar a população, mediar, criar um vínculo entre o que acontece no mundo real, com a sociedade que o produz diariamente. Tudo isso com aquilo que deveria ser a mola mestra deste processo, a imparcialidade. Mas, mesmo contrariando nosso código de ética jornalístico essa imparcialidade será sempre impossível, pois o que escrevemos, vemos e relatamos vem carregado de nossos próprios conceitos e de valores, sejam eles morais, sociais, políticos ou religiosos.
Talvez seja por isso que nossa missão de formadores de opinião torna-se ainda mais espinhosa e atormentada com nossos próprios pesadelos. Aprendemos nos bancos da faculdade de jornalismo que nem sempre nossa verdade é a verdade do outro, que o real nem sempre é real, e que a história pode ser contada de muitas maneiras.
Seremos sempre cavaleiros quixoteanos travando lutas imaginárias com grandes moinhos de vento. Aos amigos, leitores e críticos de nosso trabalho o sincero agradecimento e o desejo de estar sempre contribuindo com nossa sociedade.
Uma semana de progresso, paz e evolução párea todos.

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