segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Animação Cultural: as escolhas que fazemos

(foto: apresentação do Cordel das Festas Populares na UENF)
Mensagem de abertura do I Salão de Exposição AnimArte dos Animadores Culturais e Instrutores de Artes e Ofícios em Campos/RJ


Invariavelmente não podemos mudar o que passou, porém temos a certeza de que o futuro só depende de nossas escolhas. Assim escolhi, não apenas por força de concurso público, mas principalmente pela força do coração seguir a função de animador cultural. Muito embora esta escolha tenha sido feita a partir dos sonhos e devaneios de um velho professor que sempre acreditou na força da cultura transformando o homem e formando uma nova humanidade. Assim era Darcy Ribeiro. Antropólogo, pesquisador das coisas indígenas, mas, sobretudo um educador. Professor das causas perdidas. Um menino sonhador que sonhou mudar o mundo.
Quando sonhou uma escola nova, não sonhou apenas com o prédio, com as mobílias, com suas salas de aula perfiladas esperando para ensinar. Sonhou com sua essência, com a possibilidade real de mudar as vidas de milhares de crianças de uma geração que não parava de crescer e, que não queriam mais viver as fantasias do Peter Pan, e a cada dia esqueciam-se de como era ser criança. Uma geração que hoje lamentavelmente gera uma nova outra geração cuja perspectiva é ainda pior. Disse ele certa vez “queria educar as crianças, e não consegui...”
Mas não podemos desistir nunca. É necessário que continuemos seu legado, sua missão, seu desafio de criar uma nova nação, de homens e mulheres, cidadãos e cidadãs plenos de direitos, conscientes de seus deveres e prontos a responder ao futuro que se aproxima.
Talvez esta seja a missão de cada animador cultural aqui presente. De não deixar morrer esse sonho, essa missão. Não foi por acaso que tudo isso começou em nosso Estado do Rio de Janeiro na década de 1984 e nem foi por acaso que nosso município fora o primeiro a realizar no país um concurso público, legitimando essa missão do Darcy.
Não podemos mudar o que já passou, mas com toda a certeza somos responsáveis pelos que iremos construir pelo futuro de nossas mais 50 mil crianças, jovens e adultos da rede pública municipal de ensino.
Aqui hoje, de maneira muito modesta nós animadores culturais somos chamados a responder a sociedade sobre o que estamos fazendo com nossos alunos, o que estamos produzindo. Mas, principalmente qual tem sido nosso compromisso com a mudança do status quo desta geração. O quanto temos contribuído para que esta geração não se perca nos caminhos da indiferença, da desigualdade, da violência e do descaminho. Somos chamados a responder quais as escolhas que temos feito em favor de um bem maior.
I Salão de Exposição Anima Arte, pelos Animadores Culturais e Instrutores de Arte e Ofício da Secretaria Municipal de Educação de Campos. Por uma escola melhor, por uma Educação melhor. Por amor as nossas crianças. Por amor a Campos. Campos minha cidade, meu amor.

sábado, 28 de novembro de 2009

AnimArte no Palácio da Cultura

I Salão de Expsosição ArnimArte dos Animadores Culturais da Secretaria Municipal de Educação de Campos expõe os trabalhos realizados pelos animadores culturais da rede pública de ensino. O evento organizado pela Coordenação dos Animadores Culturais da SMEC contará com apresentações artísticas, exposição de fotografias, artesanato, artes plásticas e exibição de vídeos documentários. Vale conferir. 30 de novembro e 01 de dezembro das 9 às 17 horas no Palácio da Cultura (Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima).

quinta-feira, 26 de novembro de 2009


Conselho de Cultura toma posse

Será nesta segunda feira (30) às 20 horas, que os novos membros do Conselho Municipal de Cultura tomarão posse. O evento acontece no Teatro de Bolso Procópio Ferreira e dará posse aos representantes da sociedade civil organizada e do poder público municipal. Momento importante para as deliberações em favor das políticas públicas de cultura no município de Campos dos Goytacazes.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Tem comédia no SESI Campos neste fim de semana

UMA COMÉDIA DIRIGIDA POR DUDA RIBEIRO
COM RAUL GAZOLLA E MARCOS VERAS

A rádio tem um papel cativo no coração dos brasileiros. Em muitos lares, é ela quem dá o primeiro bom-dia, apresentam ás notícias mais frescas, as promoções imperdíveis do mercado, os melhores conselhos, as mais fortes emoções. A relação do brasileiro com seus aparelhos de rádio é íntima como se locutores e comentaristas fizessem parte da família. Quantas vezes não se está tão familiarizado com uma voz que parece ser de um amigo antigo? Quantos radialistas não se tornam companhia inseparável dos brasileiros que estão a caminho do trabalho, ou preparando o café-da-manhã para seus filhos?


TEATRO/SESI – Campos
Dia: 27 de Novembro (sexta-feira)
Horário: 20 horas
Capacidade Limitada: 200 espectadores
Ingressos: R$ 15,00 (Inteira)
R$ 7,50 (Meia – estudantes, idosos e sócios)
Classificação – 12 anos

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Valeu Zumbi... Valeu Gamboa

Dia da cosnciencia negra, contra toda a forma de preconceito e racismo...
Um país formado por sua maioria de afro-descendentes ainda necessita de um dia no calendário para lembrar sua história, isso reflete o quanto precisamos caminhar no sentido de reconhecer nossas raizes e de sua importância em nossa formação sociopolitico e cultural. Viva Zumbi dos Palmares! Viva josé do Patrocínio! Viva Geraldo Gamboa!

Miracema recebe Garotinho

O município fluminense de Miracema recebeu nesta semana (quarta 18) na Câmara de Vereadores o ex-governaor Anthony Garotinho, presidente da Executiva Estadual do Partido da República (PR). A Câmara ficou pequena para tanta gente. Reunindo pastores evangélicos, líderes comunitários, vereadores de várias regiões e a comunidade em geral Garotinho falou sobre a importância da unificação do interior para o fortaleciento das políticas públicas em favor do povo do interior. Destacou as principais obras de seu governo e de Rosinha Garotinho a frente do Estado do Rio de Janeiro e da necessidade da retomada das ações a partir das novas eleições.

O terno Azul... (Crônica)



Homenagem póstuma ao poeta e médico das letras Antonio Roberto Fernandes, falecido em 20 de novembro de 2008


Uma tarde fria. Lá fora a chuva tocava a face da estátua deitada ao chão. De pé eu olhava fixamente meu corpo que jazia inerte no meio do salão. Não gostei. A barba por fazer deixava-me com aparência de mais idade. Não que isso me importava, pois sempre dei valor a vida que vivi muito mais que a vida que se extinguia ali. O caixão de madeira escura muito bem envernizada tinha aparência de minha última morada. E as alças? As alças davam um ar mais clássico ao evento assistido por muita gente.
Mas, havia algo que me incomodava. Não sei bem o que era, mas não me agradava. Talvez fosse a gravata! Sim, a gravata, ela não combinava. Não combinava a gravata, não combinava o terno azul, não combinava nada. Será que as pessoas não percebem que quando morremos somos o protagonista, o ator principal, o trovador vencedor do grande concurso e, que não podemos fazer feio? A verdade era que eu gostava muito mais da minha camisa listrada, do meu paletó e do meu inseparável suspensório. Esse sim minha marca registrada.
Lá fora a chuva parece não querer dar trégua. Aqui dentro as lágrimas umedecem os lenços saudosos e a beira do meu esquife. O lugar escolhido foi o Palácio da Cultura, onde eu e meus amigos comparsas transgredíamos em prosa e verso todas as formas de poetizar. Entre cafés e biscoitos falava dos pratos de minha avó, das águas correntes e das covinhas de minhas musas.
Das Heloísas eu era Abelardo, das Helenas o Teseu, das Capitu o secreto Escobar, das belas Penélopes era o Ulisses. Até das Olívias versadas por Veríssimo eu era o Eugênio a olhar os lírios do campo. Se todos eles tiveram suas inspirações, também eu tenho aqui minhas musas. Se noite fosse agora, minha vontade era de pegar o celular e a alguém indagar: Já vistes a lua como está linda esta noite? Saberia sua resposta: já escreveste meu poema? Quem não gosta de receber um elogio, um galanteio?
Recebi muitas homenagens. Nunca imaginei tantas coroas de flores. Na verdade achei que demoraria um tanto mais para recebê-las, mas, fazer o que? É a vida, ou melhor é a morte. Quanta gente chorosa! Quantas moças saudosas! Mas, choraram também os amigos mais sinceros.
Nasci no mato, mas no mato não me criei! Foi lá para bandas de São Fidélis, cidade poema que de meu pai aprendi as primeiras garatujas. Primogênito de oito irmãos (senti a falta de alguns neste dia...) quis ser doutor das medicinas, mas, foi na casa bancária que contando o dinheiro alheio ajudei a criar meus irmãos. Mas fui e sou um homem de sorte, pois aprendi a ver o homem por dentro e por fora e tornei-me assim poeta.
Entre choros, velas e versos declamados a tarde vai longe. Não demoras fecham o meu caixão. Mas confesso continuo incomodado com o terno azul. Não faz meu gênero. Não tem a minha marca. Onde esta meu inseparável suspensório? Na bicicleta da vida pedalei tanto, meu Deus, mas no melhor da descida furaram-se os dois pneus!...
Dizem os espiritualistas de plantão que quando viemos ao mundo, viemos com uma missão e, quando partimos deixamos nossa criação. Parece brincadeira, de mau gosto, mas brincadeira, pois no dia de minha partida levaram comigo minha expiação! Não é que retiraram do palácio as estátuas da abolição!
Mas, tudo isso não mais importa, eu continuo aqui de pé a olhar com serenidade a serenidade me levar embora. E por um instante, apenas por um instante quando olhava fixamente o terno azul, eu imaginei que eu era ele e, que ele era eu e, senti falta do suspensório.

Feriado Nacional em cartaz no SESI Campos

O Circuito Cultural SESI Campos apresenta neste final de semana (20.21 e 22) às 20 horas o espetáculo teatral Feriado Nacional, direção de Fernando Rossi. A peça recebeu durante o I Festival Estudantil de Teatro de Campos e prêmio Gastão Machado pela melhor direção categoria adulta.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Transcender o medo...

Saber olhar além dos problemas.

Todos nós sentimos medo. A sensação de que algo ruim poderá acontecer e às vezes acontece faz parte de nossa rotina. E nada mais natural do que sentir medo. Porém, não devemos cultivar emoções negativas. Enterrar a cabeça no monte de areia e achar que as coisas irão simplesmente passar por você e não lhe afetar inexiste.

Certa vez o líder negro norte-americano Martin Luther King admitiu ter ficado paralisado diante das ameaças que sofria: “Devemos encarar nossos medos firmemente e, com sinceridade perguntar a nós próprios por que temos medo. Através deste processo, obteremos poder”. Porém, um adendo do próprio líder libertador, “nunca seremos curados do medo pelo escapismo ou pela repressão, pois, quanto mais tentamos ignora-lo ou reprimi-lo, mais multiplicaremos nossos conflitos interno”.

Quantas vezes nos deparamos diante de um problema, e nos fixamos diretamente nele, tentando fazer com que ele mesmo nos dê a resposta para sua solução? Parados, fixados, imóveis diante deste dragão flamejante, não vislumbramos outras alternativas possíveis para resolvê-lo. Não exercitamos nossa capacidade de olhar além do problema e consequentemente não o solucionamos de maneira definitiva.

A sociedade contemporânea vive um momento decisivo para sua manutenção no planeta terra. Não me refiro tão somente as questões referentes ao aquecimento global, à poluição dos rios e mares, ao desmatamento das reservas florestais que acontecem pelo planeta a fora, mas, sobretudo com relação à capacidade de convivência do ser humano como o próprio ser humano.

A Sagrada Escritura nos revela a universalização da perversidade. Da barbárie em que vivemos. Um livro tão antigo, com revelações tão modernas. E a perspectiva não são as melhores. Mostra disto vemos todos os dias nos noticiários e pelas ruas por onde andamos. Morte, fome, desemprego, desabrigo e deslealdade com o semelhante.

O quadro pintado não é otimista. Porém, diferentes dos dinossauros, poderemos optar por salvar o planeta, e nossa humanidade. Devemos estar prontos para transcender o medo, olhar além do problema e propor a solução, pois nossa capacidade vai além da própria destruição. Mesmo que os últimos acontecimentos persistem em querer provar o contrário. Pense nisso e uma semana paz, progresso e evolução.