Com o incentivo e o apoio técnico de pesquisadores da Uenf, quatro projetos de resgate da cultura popular regional foram selecionados no Edital 08/2008 da Secretaria de Estado de Cultura. Os projetos buscam a valorização de manifestações culturais regionais, como a Cavalhada, o Jongo, a fabricação artesanal de selas e o conhecimento na área de medicina popular. Cada um dos projetos receberá R$ 10 mil. A professora Simonne Teixeira, do Centro de Ciências do Homem da Uenf, ao lado da historiadora Sylvia Paes e de colegas do grupo "Officina", levou o edital à Baixada Campista e ajudou grupos potencialmente interessados a elaborar os projetos. A Cavalhada campista foi contemplada através do projeto enviado pelo mestre José Fernando Teles da Silva, de Santo Amaro, distrito de Campos. Com mais de 100 anos de existência, a Cavalhada - realizada anualmente, sempre no dia de Santo Amaro, 15 de janeiro - é a última manifestação do gênero ainda em atividade em todo o Estado do Rio de Janeiro.De Santo Amaro, também foi selecionado o projeto do seleiro Álvaro Caldeira Louvain - o único que detém os conhecimentos necessários para a confecção das selas campistas, típicas da região por serem adaptadas às características físicas da planície. Há 65 anos, o mestre seus filhos produzem artesanalmente os mais variados tipos de selas, encomendadas por fazendeiros e proprietários de lojas de produtos agropecuários da região.Outro projeto selecionado foi o do Jongo do Quilombo da Barrinha, de São Francisco de Itabapoana, através do projeto encaminhado por uma de suas coordenadoras, Angélica Conceição da Penha, a Dona Teca. Formado por cerca de 300 descendentes de escravos, o Quilombo de Barrinha - situado junto à fronteira do Rio de Janeiro com o Espírito Santo -, organiza uma vez por mês a Roda de Jongo mais tradicional do Norte Fluminense, com participação de diversas comunidades regionais.O trabalho realizado por Viviane Ramiro da Silva com os grupos de "Saúde Alternativa de Travessão" e "Amor do Campo", no assentamento Zumbi dos Palmares, em Campos, constitui o último projeto aprovado. O projeto busca transmitir e valorizar conhecimentos populares acerca do uso e manufatura artesanal de remédios caseiros. Em 2005, foi feito um levantamento que identificou os praticantes destes ofícios e fez o diagnóstico de suas principais demandas. São realizados encontros, oficinas e palestras em escolas, comunidades e instituições locais, através de parcerias com diferentes organizações, com o objetivo de valorizar estes ofícios.
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